terça-feira, 18 de junho de 2013

Meu estado coletivo

Me disseram que uma andorinha não faz verão
e que meu pranto, portanto, se faz desnecessário
Mas o verão nem sempre traduziu meu ideário
Se é no canto que as vezes eu guardo o violão

Me disseram que toda a caminhada seria em vão
Se geralmente o cansaço chega antes do destino
Mas como cercear o sonho de um menino
ao ladear o caminhar impetuoso daquela multidão

Eu disse a Eles que meu "estado" não era "sozinho"
E que aquele povo já não mais era conformado
Trazia aprisionado o ressoar de um novo brado
Que não aquele velho retumbante e mesquinho

O povo veio em massa, com a revolta a abrir caminho
Cansado da falácia do diálogo com a classe dominante
E a democracia brasileira se renovou naquele instante
Em que nós vimos o verão de andorinhas que saíram de seus ninhos

Norhan Sumar