terça-feira, 31 de julho de 2012

Foto: autor desconhecido - Escultura:   Zenos Frudakis¹


É preciso que sejamos livres. Livres para acessar, pensar, criticar e nos revoltarmos quando necessário. É preciso que sejamos livres para expor opiniões e sentimentos. É preciso haver liberdade para que possamos ir e não ir, vir ou ficar onde estamos. Mas é preciso que haja liberdade com ética e não liberalismo, para que possamos diminuir as distâncias provocadas pelo individualismo. Precisamos derrubar as paredes dessa prisão claustrofóbica do fatalismo, onde colocam nas nossas cabeças que a mudança é impossível. Entregar a alforria para o próprio pensar é estar pronto para o debate e para revolta. Afinal, a ressaca do mar não acontece na piscina, ainda que as águas sejam as mesmas.

1. vide link: http://escapismogenuino.wordpress.com/2012/01/16/liberdade-por-zenos-frudakis/

terça-feira, 24 de julho de 2012

Você em mim

Talvez sejam os olhos
expressivamente contundentes
que penetram os da gente
nos despindo dos imbróglios

Talvez seja o sorriso
inundado dessa luz
inocente que seduz
o displicente que se nega ao aviso

Ou será o charme natural?
Da vaidade que completa a beleza
à beirar alguma forma de riqueza
do culminar de todo gesto em sensual

É tudo e simplesmente  isso
você na completude do meu ser
na plenitude do que possa parecer
a minha entrega às nuances do seu feitiço.

Norhan

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Mulher e marcas

Aquela mão do afago
agora agride minh'alma
Os dentes não são mais protagonistas
do sorriso e da calma
agora rangem no calor de cada trago

O encontro é abrupto
os sons parecem breves
meus olhos fecham por reflexo
e as marcas que na minha face escrevem
a dor como um ator corrupto

O choro toma a cena
com o medo de enfrentar o medo
E o segredo tórrido a ser apagado
assim como as marcas dos seus dedos
que o meu corpo envenena

Me sinto alijada aos poucos
dos sorrisos de amar a vida
de emoções que me são privadas
cada vez que sou agredida
eu dou mais razão aos loucos.

Norhan Sumar

terça-feira, 3 de julho de 2012

A água e a pedra

Quisera que o desejo iminente
não fosse inerente aos passos meus.
E a linha reta do compasso
não se curvasse ao embaraço
de fazer do seu abraço
alguma forma de apogeu.

Pudera desse ensejo ardente
fazer paixão presente em peito seu.
E todo medo do meu caso
com o acaso intercedente do fracasso
me permitisse te vencer pelo cansaço
E fazer que teu apreço seja todo meu.

Se o caminho estava aberto
à minha correnteza,
e mesmo com a incerteza
foi melhor ficar por perto

O ditado estava certo,
chamando a pedra, fortaleza
mas minha água, gentileza
fez teu seio descoberto.