quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Órbita

Vai ver você seja mesmo sol
E meu destino
seja
te orbitar
Tomar emprestada sua luz
vez em quando
se pôr pra mim
pra que raiar?
À distância
alimentar minha flora
e me aflorando
vai embora que é hora de acabar

Vai ver você seja mesmo um sol
e sua luz
clareza
demore a chegar
Me aquece mas queima
vez em quando
E não aparece
mas sei que tá lá
Há nuvem
que se coloca entre a gente
mas conheço seus raios
não há nuvem forte pra durar

sábado, 25 de agosto de 2018

Você faz

Você me faz sentir mais jovem
Mas nem sempre
Talvez porque eu não seja
Que seja ao menos quando estou contigo
Basta

Você me faz achar que é minha
Mas nem sempre
Talvez porque eu não seja o único
Se me deseja tudo quando estamos juntos
Basta

Você me faz reviver
E me mata devagar
Não sei se é veneno ou antídoto
Mas se for intenso com seu mar de libido
Basta

Você me faz querer
E querer hesitar
Talvez porque já saiba
Que entre mim e o mundo tem a vida pra desejar
Vasta

Você é minha melhor reflexão
E a alienação descomprometida
Não sabe ser maniqueísmo
É o reflexo dos meus desejos e da minha imagem
Gasta

Eu não quero mais você pra mim
Eu quero te querer pra sempre
Talvez eu não te caiba
E te ter posse seja privar a sua dança
Cortar as suas asas

Não basta só querer assim
Querer nunca é fácil demais
Tampouco esse seja o único caminho
Mas vale ter sua chama inteira aos poucos
Do que pra sempre te ter brasa