quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Entre nós

Entre tantos quereres
eu não quero mais
ou talvez não por ora 
te sentir tão longe
te saber tão linda
te lembrar entregue
sem poder tocar 
e provar ainda o nosso melhor
do suor, do sabor do seu mar
das trilhas, corpo nu
do céu, da sua boca 

Entre tantos quereres
também, quisera 
E como não? 
E como, então!
Consome minha intensidade
me ensina teus caminhos
pro prazer ou pra ficar 
pra calar, pro silêncio
de lá, me aponta teu desejo
com a ponta dos seus dedos
mapeando os lábios

Entre tantos deveres
uma subversão
Só uma? 
mais uma cerveja
a saideira, talvez
o nosso olhar, como afago
afogo meu corpo molhado
te aponto minha correnteza
e vc navega, com calma
Só alma? 
Faz como quem ama

Entre tantos poderes 
quem perde é quem não faz
não há tanto faz pra gente
e aqui se faz, até ficar tonto
sem fôlego, sem paga
tirando o pudor pra dançar
observando quem passa
sem notar que a graça
não é o lugar
ou a tensão envolvida
mas o encontro de nós

Entre tantos saberes
Revelo tudo o que não sei
nem de ontem
tampouco de amanhã
e por pouco o assunto não surge
e pra que surgir? 
se sorrir tá tão natural aqui
aliás, que sorriso
alimenta a vontade da gente
faz despedir pensando
em despir nossas almas de novo