segunda-feira, 23 de julho de 2012

Mulher e marcas

Aquela mão do afago
agora agride minh'alma
Os dentes não são mais protagonistas
do sorriso e da calma
agora rangem no calor de cada trago

O encontro é abrupto
os sons parecem breves
meus olhos fecham por reflexo
e as marcas que na minha face escrevem
a dor como um ator corrupto

O choro toma a cena
com o medo de enfrentar o medo
E o segredo tórrido a ser apagado
assim como as marcas dos seus dedos
que o meu corpo envenena

Me sinto alijada aos poucos
dos sorrisos de amar a vida
de emoções que me são privadas
cada vez que sou agredida
eu dou mais razão aos loucos.

Norhan Sumar

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