quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Quem é?


Quem é você aos olhos dos outros?
Falo dos justos e não dos perversos
Não que isso importe
Ou que deva moldar seus gestos
Mas o que dizem quando não está por perto?
O que fazem pra te ver retornar?

Como é você aos olhos dos outros?
Falo dos invisíveis de sempre
Não que você note
O homem na rua querendo comer
O que ele murmura quando te dá as costas?
O que você pensa antes de voltar ao seu mundo?

Quem é você quando está só?
Falo de momentos e não de vida
Ninguém que te note
O que indigna realmente você?
Te faz querer mudar de rumo, de comportamento
A miséria de tantos ou a marca da sua roupa?

Como você é hoje?
Falo de agora e não de ontem
De abraços e sorrisos
Quantos planos você já fez?
Quantos passos deu em direção aos seus sonhos?

Quantos precisarão cair para que você fique de pé? 


Norhan Sumar

Rumo

E eu sei lá o que é rumo

e talvez não devesse saber
Como caminhar só comigo

Faço andar devagar
Com pressa de viver tudo
Divagando entre mim e os outros

O perigo é olhar para trás
Sabe? Aquele atrás do tempo
Reconstruir com cacos os planos

Deixar te afogar as memórias
Do que foi dito também
De como poderia ser sem você

Por não conseguir ficar
No lugar que sonhei
Destruo sonhos alheios sem querer

Conquisto e vou embora depois
Não que seja por mal
Mas meu sem querer tbm faz doer

É maldade oferecer sorrisos
e partir antes de ver as lágrimas?
Como se estivesse isento de sofrer

Eu não quero mais estar aqui
Lugar de indecisão e arrependimento
Momentos vãos pra viver

Cansado de palavras vazias
De fingir gostar do assunto
De falar quando queria silêncio

Exausto de me faltar rumo
Talvez devesse mesmo
Parar com a pressa de tudo

Norhan Sumar