terça-feira, 15 de outubro de 2013

Pagando com insanidade

E se hoje eu ficar maluco beleza?
Ignorar seu olhar de aspereza
subir na mesa e dançar sobre a tua sopa
tirar o doce da tua boca
dar pra quem tem fome e acabar com a bagunça
com o sofrimento, as lamúrias e com a própria loucura
impregnada no âmago do sistema que você mantém
entre luxúrias, trabalhos, rivotris e améns
te prender num hospício que você construiu
afrontar a tua insanidade crônica e vil
Mas pensando bem, como louco, o que faço a teus filhos?
aqueles que reproduzem teus preceitos sem pensar nos alijados
os trato como loucos e esterilizo um a um
camisas de força, choque, nudez obrigatória de valores forjados
talvez algo de tortura pra confessar
o crime da miséria que eles têm ignorado
Ou quiçá eu não seja tão radical
 e apenas imponha algumas regras de rotina laboral
Quem sabe não lhes enobreça as 44 horas de trabalho semanal
o patrão, salário mínimo, barreiras de acesso e opressão
trabalho com a mão na massa e os pés no chão
o que será que diriam de mim?
e se me disseres que sou louco por pensar assim

respondo que o louco é quem me diz que sem pensar está feliz

2 comentários:

Anônimo disse...

Somos insanos!
"Mas louco é quem me diz, que não é feliz"
Te amo!

Lucas Bronzatto disse...

Muito bom, camarada!!
Parei pra descansar a mente um pouco e ler poesia e encontrei esta pérola aqui no seu blog.. O verso final é quase uma falta cobrada pelo Juninho Pernambucano, arrremate preciso!
O título e esse final me lembrou esta música da Karina Buhr, conhece?
http://www.youtube.com/watch?v=uiNhEdk2nO8
Abraços

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