E se hoje eu ficar maluco beleza?
Ignorar seu olhar de aspereza
subir na mesa e dançar sobre a tua
sopa
tirar o doce da tua boca
dar pra quem tem fome e acabar com a
bagunça
com o sofrimento, as lamúrias e com
a própria loucura
impregnada no âmago do sistema que
você mantém
entre luxúrias, trabalhos, rivotris
e améns
te prender num hospício que você construiu
afrontar a tua insanidade crônica e
vil
Mas pensando bem, como louco, o que
faço a teus filhos?
aqueles que reproduzem teus
preceitos sem pensar nos alijados
os trato como loucos e esterilizo um
a um
camisas de força, choque, nudez
obrigatória de valores forjados
talvez algo de tortura pra confessar
o crime da miséria que eles têm
ignorado
Ou quiçá eu não seja tão radical
e apenas imponha algumas regras de rotina
laboral
Quem sabe não lhes enobreça as 44
horas de trabalho semanal
o patrão, salário mínimo, barreiras
de acesso e opressão
trabalho com a mão na massa e os pés no chão
o que será que diriam de mim?
e se me disseres que sou louco por
pensar assim
respondo que o louco é quem me diz
que sem pensar está feliz
2 comentários:
Somos insanos!
"Mas louco é quem me diz, que não é feliz"
Te amo!
Muito bom, camarada!!
Parei pra descansar a mente um pouco e ler poesia e encontrei esta pérola aqui no seu blog.. O verso final é quase uma falta cobrada pelo Juninho Pernambucano, arrremate preciso!
O título e esse final me lembrou esta música da Karina Buhr, conhece?
http://www.youtube.com/watch?v=uiNhEdk2nO8
Abraços
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