quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Dias

Tem dias de se sentir abalado
Perceber a catástrofe de tudo
Daquela coragem que te empurrou
A passos largos para o absurdo
Precipício de nós, coração devastado

Tem dias em que o sorriso hesita
Que o teu andar é mais trôpego 
E teu santo desistiu do andor
Pra ir sozinho mesmo sem fôlego
E te deixar com o amargor de quem te evita

Tem hoje que suplica pelo amanhã
Tipo esperar a bonança durante a tempestade
E da janela ver todo aquele estrago
Enquanto o trago do vício engana a saudade
Mas te assopra a verdade da sua vida vã

Tem música que parece não ter fim
Porque acaba mas continua viva ali
Dilacerando memórias em tristeza
E a certeza de querer o final de si 
Do anormal de erros que se inundam de mim

Tem  dias que eu não quero mais ser
Nem parecer o que todos querem 
Gritar até ficar rouco (ou louco)
Sumir e apagar da mente os que me ferem
Em troca do início de qualquer coisa pra viver 

0 comentários:

Postar um comentário