quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Saudade fudida

Saudade fudida
do encontro dos corpos
do tilintar dos copos
que acompanhavam o papo bom
e nos faziam querer ficar
para ver raiar o dia
ver a cidade acordar
e decidir se a gente dormia
ou cedia ao toque da pele
de dois corpos que se preenchiam
e se inundavam de tanto chover

Saudade fudida
de compartilhar a visão de mundo
o nosso mundo particular
aquela casa na praia
a saia longa de poá
as festas cheias por nós dois
depois a música no bar
gozar de tanto querer e ter
tentar te entregar no toque
o calor que teu cheiro me dá
pra viver de prazer

Saudade fudida
da briga pra querer mais
mudar essa porra toda
O mundo trôpego e inconsciente
a falta de fôlego que dá na gente
o cansaço que dá na mente
e o refúgio que era chegar
Te ver tão linda de sorriso largo
de corpo convite permanente
de desejo de beijar a porta
pra adentrar seu sagrado lar

Saudade fudida
De sonhar juntos
Sintonia louca e inimaginável
de viver tudo agora
de querer a imensidão e nada
de passar a tarde no ar
a noite no bar, sem amanhã
aprender a sorrir pra tudo
a fazer amigos e bons vizinhos
a brigar pra você a vida
querer pra mim
Saudade fudida

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