Eu sou um eterno apaixonado por elas. Desde os tempos de moleque, descalço, consumindo toda paciência daquela que me concebeu, o mundo que elas oferecem já me fazia enlouquecer.
Tem a imponência das mais cumpridas, o charme das menores, a impiedade das que fazem chorar, as que alegram o ambiente, as difíceis, as que andam na boca do povo, enfim, os seus encantos são inúmeros, imensuráveis.
Andar pelas ruas, por mais inocente que seja a caminhada, torna-se uma viagem por um mundo de infindáveis tentações. Hora atraído pela criatividade imposta por algumas, hora deslumbrado pela roupagem utilizada por outras, quem sabe até intrigado pela feiúra de uma minoria infeliz.
Já perdi as contas de por quantas vezes as minhas companhias, por mais atenciosas e maravilhosas que fossem, se encontraram falando sozinhas enquanto eu admirava as formas de umas e outras que passavam diante dos meus olhos. É incontrolável! Viver neste País, cujas ruas são uma vitrine de variedades e encantamentos é uma árdua missão de resistência e, concomitantemente, uma experiência inigualável de beleza.
Pena não serem tantos os admiradores delas; pena não achar em cada esquina alguém que as conheça ou queira conhecer em sua plenitude; pena não haver na educação deste país muitos elementos que nos ensinem a amá-las pelo que elas são; pena termos que admira-las a nossa maneira, enquanto o poder público parece não dar a mínima para sua execração. E quando digo conhecer, não quero dizer defini-las primorosamente, mas sim entender o seu papel, o seu lugar, a sua magnitude e inquestionável importância.
É papel nosso disseminar o quão belo elas são, o quão fantástico pode ser mergulhar neste mundo de maravilhas que as palavras podem oferecer. Ah sim, as palavras! Tão desprezadas por muitos e esquecidas por muitos outros, que as repetem sem ao menos dar o valor que elas merecem.
Não que seja necessário gostar das mais difíceis ou das mais pomposas, mas que a admiração por elas seja intrínseca, natural e cotidiana. Que elas estejam presentes nos nossos hábitos, nas nossas listas de admiração. Que então, lembremos do imenso poder que elas têm, e mostremos para quem está adentrando agora esse mar revolto e infinito das palavras a melhor forma de usá-las: a que você quiser. Norhan Sumar
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2 comentários:
Norhan Sumar de Moraes...
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