sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Dúvidas bem-vindas

Eu costumo mergulhar nessas dúvidas, me lançar sem medo das seqüelas do tombo. Aliás, nós nunca esperamos o tombo, mesmo sabendo que ele pode realmente acontecer. Eu falo das dúvidas do amor, das paixões desmedidas e enlouquecedoras. Que graça teria um paixão branda, morna, calma? Assim seria melhor a compaixão. Talvez um carinho ou afeto. Mas a paixão, essa é arrebatadora, revolta, cheia de marés que podem nos levar dos corais mais cortantes aos mais belos paraísos tropicais. Por vezes aos dois lugares ao mesmo tempo.
O pior de tudo talvez seja tentar entender a paixão. Tentar lutar contra ela, achando ser o mais corajoso dos cavaleiros. Ela se alimenta das intempéries, cresce cada vez que ousamos freia-la de alguma forma. As paixões são sempre teimosas, quase sempre impossíveis e bem melhores quando são difíceis. Nada melhor do que a realização de estar ao lado de alguém cujo esforço para tal momento foi dos maiores. Quase como um troféu após um dia inteiro de batalhas com as feras do coliseu (troféu, no melhor dos sentidos, é claro!).
Eu adoro as mulheres cheias de dúvidas, cheias de atitudes que nos enchem das mesmas dúvidas, cheias de pretendentes que me fazem querer ser o melhor deles, dotadas de uma independência capaz de nos fazer sentir um complemento em suas vidas e não algo essencial como nós homens gostamos. Essas despertam as dúvidas e os anseios que engrandecem as paixões.
Eu quero o lado incompreensível da paixão, eu quero sentir o coração na boca ao vê-la em minha frente e sentir que estou prestes a infartar quando nos beijamos. Eu quero quantas paixões eu puder ter, quero tê-las e esquece-las, quero que algumas se tornem grandes amores e se renovem em paixões diferentes pela mesma mulher. Quero que algumas se tornem grandes amores e se acabem na compaixão da amizade. Eu quero vivê-las sem medo de estar errado, eu quero estar mesmo errado porque não só os acertos me agradam. Eu quero transformá-las em poesias, transcreve-las em versos, toca-las em músicas, beijá-las em silêncio e, talvez, chorar nas despedidas.   
Norhan Sumar
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Dúvidas bem-vindas de Norhan Sumar é licenciado sob uma Licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 3.0 Unported.

8 comentários:

Anônimo disse...

uauuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu, amei!

Jackeline Licá disse...

Ah amei o título do teu blog :)
Pensou tem que falar mesmo ! rs
beijos querido :*

Nati disse...

Nossaaa que texto !!
gostei muito, instigante

Mariana Isaac disse...

Norhan Sumar...acho realmente que vc não existe!

Unknown disse...

Nossa, Que lindo!!

Palavras fortes, porém verdadeiras na vida de muitas pessoas.

Parabéns querido vc realmente não existe!! Bjs querido!!

Camila disse...

Irmaaaaaaaaaaaaaaaaaao que texto maravilhoso!!!

AMEI

Bruna Garcez disse...

Definitivamente um poeta!

texto maravilhoso!!!

Nathyfa disse...

O poder da palavra... Levou a mim e aos outros 7 que comentaram aqui ao querer!
Traduziu varios dos pensamentos loucos que tenho.
*Queiramos sempre e muito!

=*

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